sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Colégio Estadual muda de nome em Nova Iguaçu: antigo Costa e Silva agora é Abdias Nascimento. Saiba um pouco dessa história.














O golpe militar que derrubou o presidente João Goulart e implantou a ditadura militar em 1964, vai completar 50 anos no próximo dia 31 de março. Os generais da ditadura deram seus nomes a vários prédios públicos como hospitais e escolas. 

No bairro Vila Nova, em Nova Iguaçu, um colégio estadual abrigava o nome de um dos mais truculentos generais da ditadura, o marechal Artur da Costa e Silva, que foi presidente da República no período de 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969. Seu governo iniciou a fase mais dura e brutal do regime ditatorial militar, à qual o general Emílio Garrastazu Médici, seu sucessor, deu continuidade.

Sob o governo Costa e Silva foi promulgado o AI-5, que lhe deu poderes para fechar o Congresso Nacional, cassar políticos e institucionalizar a repressão, pois no seu governo houve um aumento significativo das atividades subversivas. Essa repressão ocorreu por meios legais e ilegais, como torturas contra militantes esquerdistas.

Felizmente, o Colégio Estadual Costa e Silva mudou de nome. A partir deste ano passou a chamar-se Colégio Estadual Abdias Nascimento. Agora sim, uma homenagem a um grande brasileiro. Abdias (foto) foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, nome de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. 

Abdias esteve à frente do Teatro Experimental do Negro até 1968, quando, em decorrência do endurecimento do regime militar implantado no país em abril de 1964 e da inclusão do seu nome em vários inquéritos policiais militares, exilou-se nos Estados Unidos, onde trabalhou como professor universitário. Co-fundador do Movimento Negro Unificado em 1978, em maio de 1980, foi, juntamente com Leonel Brizola – de quem se tornara amigo no exílio – um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Escolhido vice-presidente do partido em 1981, nesse mesmo ano fundou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em 1982, retornou definitivamente ao Brasil. Foi senador da República na vaga deixada por Darci Ribeiro.

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