domingo, 26 de janeiro de 2014

Descaso mesmo: 700 mil pessoas se deslocam diariamente da Baixada para o Rio, mas a prioridade é o metrô Barra à Zona Sul para cerca de 230 mil passageiros/dia

Depois de uma semana conturbada, quando um trem danificou a rede elétrica, prejudicando diretamente cerca de 700 mil pessoas que se deslocam diariamente até o município do Rio de Janeiro, os trens da Supervia continuam humilhando a população usuária.  

Apesar dos constantes desrespeitos aos passageiros, o vice-governador Luiz Fernando Pezão declarou esta semana que está satisfeito com a Supervia. Já o secretário de Transportes Julio Lopes, flagrado às gargalhadas junto com o presidente da Supervia e o presidente da Agetransp, logo após o acidente, diz que a melhoria dos serviços para a Baixada só será resolvido em 2016!

Historicamente, a Baixada sempre foi secundarizada quando se trata de investimento governamental. Eis alguns exemplos: O rio Guandu fica aqui na região, mas abastece os lares da Zona Sul, enquanto falta água nas casas de inúmeros moradores aqui da Baixada. O município do Rio tem 17 grandes hospitais para atender cerca de 6,5 milhões de habitantes; na Baixada temos somente 4 para atender cerca de 3,5 milhões de moradores. Cidades como Belford Roxo, Queimados, Mesquita, Seropédica e Japeri, por exemplo, não tem teatro nem cinema. Com a implantação das UPPs no Rio, os bandidos migram e montam seu domínio nos municípios da Baixada. O baixo efetivo dos batalhões da região não consegue dar segurança digna aos moradores da região.

Com relação ao transporte, não é diferente. O drama dos passageiros da Supervia nos remete a outro descaso absurdo: o Metrô ligando a Barra ao Leblon está de vento em popa e custará cerca de R$ 8 bilhões. Estima-se que irá atender cerca de 230 mil usuários/dia. Estudos mostram que com a metade deste investimento, ou seja, com R$ 4 bilhões, seria possível levar o metrô para as cidades da Baixada, atendendo com rapidez e qualidade os quase 700 mil passageiros que saem da região diariamente.

Para finalizar, sabemos que a deficiência e o descaso das políticas públicas com a Baixada Fluminense passa  também pela qualidade dos nossos representantes nas esferas de Poder. Este ano teremos Copa do Mundo e logo depois as eleições. Os eleitores da Baixada terão, mais uma vez, a oportunidade de rever e tentar resolver pelo menos parte deste descaso. Reage, Baixada!





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