Professor de
filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Campus Nova Iguaçu, doutor pela UFRJ, coordenador do curso de
Pós-Graduação do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e do Grupo
de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Interseções da UFRRJ, Renato Noguera é
também escritor de literatura infantil.
Nesta entrevista ele
fala da Coleção Nana & Nilo e de outros projetos ligados ao mundo da
literatura.
Você é professor universitário,
pesquisador e também envolvido com as temáticas raciais. Como surgiu
a ideia de escrever um livro para o público infantil?
Eu escrevia
literatura desde o inicio dos anos de 1990. Em meados dos anos 1990, eu fiz
cursos com Maria da Graça Cretton (Crítica literária) e João Gilberto Noll
(autor brasileiro premiado no Brasil e no exterior), com o intuito de aprimorar
a escrita. Eu lia e escrevia muito. Porém, só com o nascimento da minha
primeira filha em 2009 que achei o universo da trama, personagens e consegui
costurar as palavras. Foi nessa época que resolvi me dedicar a escrever ficção
priorizando as crianças.
Nana e Nilo são duas crianças que dialogam e
passam por muitos lugares na companhia de uma árvore (Mulemba) e um
passarinho (Gino). Qual a relação de Nana e Nilo com as crianças da Baixada?
Primeiro, são
crianças negras. A maioria da população da Baixada é negra, isto é,
formada por pretos e pardos – categorias oficiais do IBGE que somadas são o
contingente negro. Segundo, vivem numa casa, num cenário que se assemelha aos
bairros do subúrbio carioca e da Baixada Fluminense. Neste sentido, Nana &
Nilo reúne tem o ambiente ponto de partida das crianças muito próximo do
espaços da Baixada.
De que forma você tem divulgado este trabalho
e como tem sido a aceitação?
A divulgação
não é fácil, porque o custo de distribuição encarece muito o preço do
livro. Divulgar e distribuir eleva o preço entre 50% e 100%. Neste
sentido, a divulgação tem sido feita através do site e da fan page,
www.nanaenilo.com.br e www.facebook.com/nanaenilo respectivamente. Além de
divulgar em eventos que participo. A recepção dos livros tem sido muito
positiva mesmo.
Estamos discutindo e elaborando, em Nova Iguaçu,
dois planos que estão diretamente ligados à literatura infantil: o Plano
Municipal pela Primeira Infância e o Plano Municipal do Livro, da Leitura e da
Biblioteca. Como a Universidade Rural poderia contribuir nestas discussões?
A UFRRJ tem um
campus em Nova Iguaçu, nós temos debates dentro do Departamento de
Educação e Sociedade (DES) várias pessoas com especialidade nesses campos,
infância, alfabetização, letramento e afins. Neste sentido, penso que é muito
relevante abrirmos um canal de diálogo entre a Prefeitura e a UFRRJ/Campus de
Nova Iguaçu. Vale lembrar que além do Departamento que estou lotado, o DES,
temos o Departamento de Letras. Eu sugiro uma reunião entre os setores
responsáveis pelos Planos municipais e os colegiados de pedagogia e de letras
da UFRRJ.
Você tem novos projetos para o público
infantil?
Primeiro, um livro
chamado Era uma vez no Egito que deve sair em setembro de 2013
e terá apoio da UFRRJ para distribuição gratuita em algumas escolas e bibliotecas
públicas. Eu tenho um terceiro livro da Coleção Nana & Nilo que está
programado para sair em 2014, ao lado, de uma revista de colorir com
personagens Nana e Nilo e animais da fauna brasileira que deve ficar pronta
antes do fim de 2013.
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