Papo Rápido com Daniel Guerra

Um dos músicos mais populares da Baixada Fluminense, Daniel Guerra foi também proprietário do Daniel’s Bar, melhor conhecido por Bar do Daniel, que nos anos 80 e 90 protagonizou as principais ações culturais da região, revelando artistas locais. Nesta entrevista Daniel fala da história do bar e do documentário que esta sendo produzido pela Flora Filmes.

O Daniel’s Bar marcou uma época muito rica culturalmente na noite iguaçuana. Explique o que era o Daniel’s Bar e qual a sua importância para a região?

O Daniel´s Bar surgiu no final dos anos 80. Neste período, o Pais estava vivendo uma transformação pela abertura política, onde a pauta social era as eleições diretas para Presidente da Republica. Com a campanha Collor X Lula indo pras ruas, os partidos do Bloco de esquerda começaram a ocupar o bar fazendo dali uma extensão das discussões que movimentavam aquela história, construindo ali uma efervescência vermelha.

Pela questão Cultural, o Daniel’s Bar ocupou um papel social importante com seu espaço. Com o fechamento, pela prefeitura, do Teatro Arcadia, e com a ânsia da juventude de comer cultura e tudo aquilo que fosse alternativo, o bar se tornou, por muitos anos, referência de produções fora da mídia na região. Festivais de música, festivais de esquete de teatro, exposições, lançamentos de livros e shows eram cardápios do Bar. O bar era frequentado por pessoas de toda a Baixada e até da Zona Sul. O legal é que ficou um legado muito interessante de pessoas que se tornaram artistas e hoje são conhecidos e reconhecidos pelo seu trabalho, e que começou naquela época, naquele bar participando de oficinas, dando os primeiros passos, vivenciando tudo aquilo que era e interagir.

Um grupo de pessoas tem se mobilizado nas redes sociais para encontros periódicos com o título de Documentário Daniel´s Bar. Em que consiste este documentário?

O objetivo é tentar registrar através do documentário tudo aquilo que foi o bar, não só para as pessoas que lá vivenciaram, mais também para as pessoas que não conheceram e que desconhecem a dimensão e sua importância para a historia da cidade de Nova Iguaçu e da região. O documentário vai ser de 42 minutos, terá a participação de 38 convidados a darem seu depoimento, com fotos, vídeos, e música. O objetivo do documentário é participar de mostras e divulgar em escolas e canais de TV.

Como está sendo a preparação deste documentário e qual a abordagem que ele irá focar?

Os encontros do Daniel’s Bar estão sendo gratificantes, pois tem um caráter festivo, onde o saudosismo toma conta. Me comove muito pois vem deixando claro cada vez mais a importância daquele espaço que foi na vida das pessoas. O documentário irá abordar os aspectos políticos da época, da cultura e o da auto-estima e o que o bar deixou como legado.

Quem são estas pessoas que estão se mobilizando para este projeto?

Temos uma parceria como uma produtora que já desenvolve um trabalho há muito tempo em TV, com experiência no mercado: a Flora Filmes. Temos na equipe técnica pessoas como Paulo China e outros profissionais.

Que outros projetos você está trabalhando no momento?

Fazendo shows com o Pimenta do Reino, em várias cidades com esse cd “Deixa ser teu namorado”, que vem tendo uma boa recepção, nesse período de festas juninas com agenda cheia. O Pimenta vai levando um pouco da cultura Nordestina.

Já o projeto “Pimenta canta Luiz Gonzaga” é um projeto intimista para teatro, no qual o Pimenta conta um pouco da história do Mestre Lua, com depoimentos em vídeos de artistas como Dominguinhos, Sivuca, Fagner e Gonzaguinha.

Poesias de Patativa do Assaré, e interpretando 22 músicas do repertório do mestre Lua em quase duas horas de espetáculo. Temos feito circuito do SESC e SESI. Alem de outros teatros.

Por fim, vamos lançar o novo DVD que gravamos na feira de São Cristóvão ainda este ano, estamos na fase de finalização. E no próximo ano o Pimenta vai se envolver com projetos educacionais. Aguardem.