segunda-feira, 1 de abril de 2013

Opinião - Engenhão interditado. E daí. Que diferença faz?

Desde a última terça-feira (26/03), o estádio do Engenhão está fechado, interditado ao público e aos jogos. Com o Maracanã em obras, o Rio ficou órfão de um grande estádio de futebol. Esta notícia figurou como a principal manchete dos grandes jornais nesta semana.

Lendo as notícias, pergunto: Que diferença faz? Que prejuízo traz? O que o torcedor tem a lamentar?

Faco essa indagação pelo que tenho visto ultimamente no Campeonato Carioca, onde o torcedor é apenas um pequeno detalhe nas tratativas entre cartolas e seus interesses. A começar pelo horário dos jogos e pelo valor do ingresso. Vejamos alguns exemplos: Na primeira rodada da Taca Rio, o jogo entre Flamengo e Resende, numa quarta-feira, teve início as 22 horas, terminando por volta de meia-noite. Público? 1.473 pagantes. O jogo entre Fluminense x Macaé, em São Januário, teve pouco mais de 700 testemunhas. A média de público do Campeonato Carioca 2013 é de  2.736 pagantes e a média de ocupação dos estádios é de apenas 11%.

Além do horário inadequado, tem o preço absurdo dos ingressos (R$ 40, 60, 80) e ainda a questão da segurança pública, sobretudo a noite, que sem dúvida contribui para este esvaziamento dos estádios.

Segundo o noticiado, vários jogos serão disputados, inclusive a decisão do campeonato, em Volta Redonda, onde o Estádio Raulino de Oliveira tem capacidade para cerca de 20 mil torcedores. A capacidade do Engenhão é de 45 mil torcedores e, por razões obvias, está sendo apelidado de "Enchenão".

Na minha opinião, não adianta construir estádios bonitos, confortáveis e seguros, se eles não são feitos para receber uma das suas principais atrações: o torcedor. É lamentável que o futebol, paixão nacional, o esporte mais popular do país, esteja cada vez mais elitizado pelos cartolas, tornando-se uma diversão para poucos, deixando o povão a cada dia mais distante dos estádios e do prazer de assistir ao vivo uma partida de futebol.

* Carlos Ferreira, o Ferreirinha, é vereador, torcedor do Bangu e sente saudade dos estádios lotados, da torcida vibrando e das bandeiras desfraldadas.

* O artigo contou com a colaboração do meu filho João Pedro, que forneceu os dados estatísticos.


Um comentário:

  1. Nos dias atuais quem define os horários dos jogos é a grade da emissoras de tv. Jogo começa ás 22 horas por causa do horário da novela.
    Se o objetivo fosse buscar publico, o horário ideal para jogos em dia de semana seria o das 19 ou 20 horas. O publico sairia do trabalho, iria para o estadio e o mais tardar iria para casa ás 22 horas (hora que jogo está começando).
    Os estádios tem uma vantagem muito boa para os torcedores, a localização. Tanto o Maracanã quanto o 'Enchenão' ficam próximos a ramais de trem (o Maracanã ainda tem o Metrô). E não estamos falando de Moça Bonita, Campo Grande ou Edson Passos. E temos os menores: Conselheiro Galvão (Madureira) e Rua Bariri (o alçapão do Olaria), todos próximos a ramais ferroviários.

    Qualquer dia futebol na tv vai ser 'indoor': um campo dentro do Projac com figurantes como torcedores.

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