sábado, 9 de março de 2013

Marcha do Orgulho Hétero - Artigo do Jaguar - Coluna É Dose, Jornal O Dia


Rio - Stanislaw Ponte Preta profetizou numa crônica que um dia o primeiro sexo passaria para segundo. Hoje o outrora sexo forte já deve estar em terceiro, depois dos gays e das mulheres. Vivemos na ditadura do politicamente correto. Quem se declara homem com H só pode ser bicha enrustida, que ainda não saiu do armário. Depois dos 80, ninguém é varão praticante, exceto Picasso, Niemeyer e Ziraldo. Esse blá-blá-blá todo é para registrar a disseminação de marchas.
Dos sem-terra, dos direitos das mulheres e, principalmente, do orgulho gay. Vi marchas de orgulho gay no Rio, Lisboa, Barcelona e Paris. Mas nunca ouvi falar em marcha do orgulho hétero. Comentei isso com alguns colunistas, nenhum se interessou em publicar nada sobre o assunto. Não deve dar ibope. Combinei com alguns amigos promover a primeira marcha do orgulho hétero. Mandei fazer uma faixa especialmente para o evento. Ninguém apareceu por causa — justificaram — do horário (marquei às quatro da tarde de quarta-feira). Depois de meia hora de tolerância, iniciei a marcha de um homem só. A ‘marcha’ saiu do bar Chico e Alaíde até seu destino, o Bracarense, 500 metros adiante. No trajeto, fui chamado umas três vezes de maluco e um grupo de rapazes comentou: “ Olha a bichona velha”. Enquanto isso, a Marcha do Orgulho Gay computou mais de um milhão de participantes. É dose.

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