Jornal de Hoje, edição de 05 de abril de 2012.
Saúde pede socorro
É de dar dó a situação da Unidade Básica de Saúde (USB) de Santa Eugênia, em Nova Iguaçu. O triste semblante das pessoas que aguardam atendimento não é só de dor. Mas de incerteza e revolta. Elas não sabem se haverá médicos para atendê-las ou se vai voltar para casa sem o medicamento que precisa. A confusão, que já é rotina, é grande e as reclamações são muitas. O repórter desta coluna esteve por lá na manhã de ontem e conta o que viu.
Falta médico e remédio
Do lado de fora, logo no portão de entrada, um comunicado da coordenadora da USB dizendo que o Dr. Bruno, clínico geral, estava de férias e só voltaria (a data estava apagada) em abril. Ao lado, uma senhora em crise nervosa dentro do veículo aguardando a chegada da médica psiquiatra, Valéria Lima, que faltou ao plantão mais uma vez. Do lado de dentro, cerca de 35 pessoas, entre elas, um rapaz exaltado, ameaçando denunciar a médica faltosa.
Casebre cheio de mato
Mais os sinais de abandono e descaso também estão em volta do velho e arcaico imóvel da rua Morro Agudo, onde o governo insiste em adaptá-lo como local de atendimento médico e psiquiátrico. Um buraco em uma das paredes faz o papel de janela da farmácia. A área livre do casebre é ocupada pelo matagal e outros entulhos. A situação só não era pior porque uma senhora, carinhosamente, fazia a varrição de onde era possível chegar com a vassoura.
Cadê a fiscalização?
A Fiscalização de Inspeção Sanitária do Estado deveria fazer uma visita ao local. O novo secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Henrique Melo, nunca visitou a UBS. Aliás, a unidade onde ele foi diretor, o Hospital da Posse, acaba de anunciar o fechamento da maternidade para novas gestantes, pois não há funcionários e profissionais médicos suficientes para atender as parturientes. Parece que o caos se estabeleceu mesmo na prefeitura de Nova Iguaçu. Uma vergonha.
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