terça-feira, 8 de novembro de 2011

Número de universitários dobra em dez anos no Brasil e passa de 6 milhões

Censo divulgado pelo Ministério da Educação mostra que participação das regiões Norte e Nordeste aumentou no ensino superior

O número de universitários brasileiros dobrou na última década. Em 2001, 3 milhões de estudantes estavam matriculados nos cursos de graduação presenciais e a distância no País. Agora, são cerca de 6,37 milhões, de acordo com os dados divulgados na tarde desta segunda-feira pelo Ministério da Educação. As matrículas nas redes públicas cresceram, mas não foram suficientes para alterar a predominância da rede privada na formação desses jovens.


Entre 2001 e 2010, o número de estudantes matriculados nas instituições de ensino superior públicas pulou de 944.584 para 1.643.298. O crescimento de 73,9% está dividido entre as federais (cujas matrículas aumentaram 85,9% no período) e as estaduais (66,7%). A expansão “inédita”, segundo o MEC, é reflexo das políticas de interiorização das instituições e aumento das vagas. E faz o ministro Fernando Haddad afirmar que as metas de crescimento do setor no País para a próxima década serão alcançadas.

O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que, até 2020, 33% da população de 18 a 24 anos esteja matriculada em cursos superiores. O secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, afirmou na tarde desta segunda-feira que os dados do Censo da Educação Superior 2010 mostram que o Brasil ainda está longe da meta. A taxa de matriculados com esse perfil é de 17,4%. Apesar disso, Haddad se mostrou otimista e disse que, se o ritmo for mantido, a meta será alcançada. Em 2008, a taxa era de 13,7%.
O fato é que a rede privada continua sendo a grande responsável pela educação superior no País. Desde 2001, as instituições particulares se encarregam da formação da sete em cada dez universitários brasileiros. E mesmo com o aumento da participação pública, esse índice não mudou diante do total. 

Públicas X privadas

O número de estudantes nas instituições de ensino superior públicas cresceu nos últimos anos, mas as privadas ainda lideram matrículas
Censo da Educação Superior 2010 / MEC - Inep

Regionalização
Para Haddad, outra característica importante revelada pelo Censo da Educação Superior de 2010 foi a distribuição “mais proporcional” das matrículas entre as regiões do País. O número de alunos nas universidades e faculdades dos Estados do Norte e Nordeste, historicamente bem inferiores aos das regiões Sudeste e Sul, aumentou mais do que o restante.

Em 2001, a região Norte tinha 141 mil estudantes e a Nordeste, 460 mil. Em 2010, a quantidade subiu para 352 mil e 1 milhão, respectivamente. No total de 6,37 milhões de universitários, os estudantes matriculados na região Nordeste já são mais numerosos do que os da região Sul: 19,3% do total contra 16,4%. Em 2001, o Nordeste tinha 15,2% dos universitários e o Sul, 19,8%. A região Norte aumentou sua participação de 4,7% para 6,5%. 
"É natural que a maior parte dos estudantes esteja concentrada na região Sudeste, já que a maior parte da população está nesses Estados. Mas os números de matrículas estão se aproximando da proporção da população nos Estados e isso é o ideal", afirmou Haddad.

Matrículas dos universitários por regiões

A proporção dos estudantes pelas regiões mudou: o Nordeste já ultrapassou o Sul em matriculados nos cursos superiores presenciais
Censo da Educação Superior 2010 / MEC - Inep

Professores

O Censo da Educação Superior 2010 identificou 345.335 vínculos de funções docentes nas instituições (entre atividades na graduação e na pós). Como em 2009, a quantidade de doutores e mestres aumentou em relação aos que só possuíam especializações. Participaram do Censo 2.377 instituições, que oferecem 29.507 cursos de graduação presenciais e a distância.

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