terça-feira, 2 de agosto de 2011

Papo rápido com Tata Ananguê

Jeusamir Alves da Silva é artista plástico, carnavalesco com trabalhos em diversas escolas de samba do Rio de Janeiro e Nova Iguaçu, professor e pesquisador. Mas sua principal identidade é o líder religioso Tatá Ananguê, que recentemente lançou o livro “Angola Nação Mãe”, que trata do candomblé tradicional de Angola, em uma grande festa no Bairro Corumbá, que contou a presença de várias personalidades políticas e religiosas.



Quem é Ananguê? O que faz e em que está envolvido atualmente?

Eu sou uma Liderança Religiosa Nacional Bantu-Angola, presidente da CRBNDM que é a Casa Raiz do Benguê Ngola Djanga Ria Matamba e da Confederação Nacional dos Candomblés de Angola, Costumes e Tradição Bantu no Brasil (CNCACTBB), ambas com sede em Nova Iguaçu-RJ. Titular do Programa "Angola Nação Mãe", na Radio Tropical AM 830 Nova Iguaçu, as quartas feiras de 16 às 17 h. Sou conselheiro do COMDEDINE de Nova Iguaçu e sacerdote Bantu-Angola.

Qual o objetivo do livro que você acaba de lançar? Que contribuição pode trazer para a cultura brasileira?

O objetivo do kit "Angola Nação Mãe" é a inclusão da História do Negro Bantu na História do Negro no Brasil e na África, tendo como gancho a Lei 10.639 de 2003. Por se tratar de um livro sobre o Candomblé Bantu-Angola a ser publicado pela 1ª vez, após vários séculos de escravidão e mais de um de abolição, contendo em suas mais de duzentas páginas capítulos sobre: História, Religiosidade, Línguas e Dialetos dos Bantus introduzidos no Brasil, trará não só para a Cultura como também para a Educação subsídios importantes para o conhecimento da saga do Negro Bantu formador, junto com o índio e o europeu, da língua portuguesa brasileira.



Como começou este projeto, quais foram as etapas para chegar até o livro?

Este projeto começou quando eu tinha 15 anos de idade e passei a observar uma certa discriminação dentro do próprio candomblé de origem sudanesa ou nagô com os candomblés de Bantu-Angola. Em 2008 com a posse do então Ministro da SEPPIR, Deputado Federal Edson Santos, fui à Brasília vestido com trajes de Sacerdote Bantu-Angola para participar da cerimônia de posse, momento em que participei ao Ministro o desejo de reunir o Povo Bantu, para discutir o registro da sua história com base na Lei 10.639/2003. Finalmente em 25/26/27 de março de 2010, após várias idas à Brasília, vencendo inúmeras barreiras, consegui realizar o I SNAB, no Apart Hotel Mont Blanc e na CRBNDM ambos em Nova Iguaçu-RJ, para a surpresa de muitos que não acreditavam. Hoje, além de vários outros avanços como por exemplo: legalizações de terreiros e representações da CNCACTBB como federações em vários estados do Brasil, temos um livro, com 5 mil exemplares, e um cd duplo, com 10 mil exemplares, sobre a cultura bantu pratrocinados pelo Governo Federal, para serem distribuídos gratuitamente em todo o território brasileiro e no exterior.


Como foi o lançamento do livro?

Foi um dia especial e importante. Estivemos durante todo o dia 09 de julho de 2011, com a comunidade do Bairro Corumbá, em um Café da Manhã e depois em um almoço. À noite fizemos o lançamento no Centro Cultural com a presença do deputado Edson Santos e de várias outras autoridades e representantes de diversas entidades.

Quais os próximos passos daqui em diante?

Estaremos lançando o livro simultaneamente em todo o Brasil. Começamos pela Prefeitura de Gramado no Rio Grande do Sul, na Assembléia Legislativa de Porto Alegre/RS, na sede da CNCACTBB e CRBNDM em Nova Iguaçu, brevemente na Universidade Rural de Nova Iguaçu e onde mais abrirem espaço para nós. Logo depois, iremos realizar o Segundo Seminário Nacional dos Angoleiros do Brasil e uma nova edição em caráter didático do livro Angola Nação Mãe para ser incluso no ensino fundamental e médio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário